terça-feira, 22 de setembro de 2015

Caindo no lugar comum.

Posso estar caindo no lugar comum escrevendo sempre a cada reunião. Mas fica impossível de não falar sobre cada nova história. Prometo hoje ser breve.
O amor ultrapassa qualquer barreira. Simples assim.
Uma mãe adotiva, solteira por opção, de um menino com necessidades especiais. Ele tem paralisia e uma traqueostomia. Quando veio para casa, só mexia o bracinho esquerdo. Ele ainda não anda, mas já usa os dois braços para engatinhar e os olhos dessa mãe brilham de tanto orgulho e amor. Como ela disse: "um amor que cresce a cada dia e parece que vai explodir o peito!".
Que lição!!!
E um comentário simples...
Um casal adotou uma criança recém nascida, saudável. Quando ela tinha três anos, desenvolveu uma cardiopatia. Os pais queriam devolver (!) a criança.
Na minha humilde ignorância, não passa pela cabeça uma situação como essa. Se é um filho biológico, que nasce com algum necessidade especial, pra quem você devolve? Como fica o caso do pai que emocionado viu seu filho adotivo amado desenvolver um certo grau de autismo? Como fica a mãe que adotou a filha achando que ela tinha um problema auditivo e a menina é perfeita? Você amaria menos seu filho por lhe faltar um dedinho?
Esses pais, pais especiais que estavam diante de nós, mostraram que o amor supera, cura, alivia e corrige. Que o amor engrandece. Que todos precisamos nos permitir amar, sem receio, alguém que precisa de um cuidado a mais. E que amor nunca é demais, assim como limites também não. Amar não é fazer tudo o que seu filho quer e criá-lo como um pequeno tirano. Amar é saber dizer NÃO, amar é mostrar limites.
Estamos aprendendo cada dia um pouco sabendo ainda que vamos errar muito, afinal, cada filho é um filho. Único. Mas nos preparando nessa longa gestação.


terça-feira, 1 de setembro de 2015

Mais uma reunião emocionante.

29 de agosto de 2015.
 

Mais uma linda reunião no Grupo de Apoio a Adoção Laços de Ternura.
Neste dia conhecemos duas famílias com seus filhos que chegaram a pouco tempo. Muita emoção. Na verdade, fortes emoções que deveriam ser contadas pelo meu marido com toda sua empolgação. Se eu o fizer, talvez acabe por diminuir todo o significado desse dia para nós.
O que eu tenho a dizer de estarmos participando do grupo é simples: foi o melhor apoio que poderíamos receber. Porque como já disse antes, quem está de fora tem uma visão (e muitas opiniões) diferente.
Sobre opiniões. Todo mundo acha que sabe tudo sobre adoção e na verdade, ninguém sabe é nada. A gente só aprende ali, se envolvendo a todo momento, lendo as matérias certas, participando das reuniões onde encontramos profissionais que estão na área há muitos anos. Então você passa a se sentir seguro sabendo que temos uma advogada que conhece muito bem as leis que se referem a adoção, uma psicóloga que entende nossos medos em relação a entrevistas e adaptação e uma assitente social apaixonada pelo que faz que sempre que fala, sua voz enche o ambiente com uma vibração de confiança única. Saímos renovados e pensativos, confiantes e acalentados. E claro, com lágrimas que não se mantiveram nos olhos e rolaram por nossas faces para se juntar aos sorrisos. O sorriso que mostra a grande certeza que temos pela escolha do caminho certo: a adoção legal. Depois de todo um imenso processo, quando tudo estiver certo, ninguém irá tirar nosso filho de nós.
Com o tempo, até meu medo sobre a demora no processo de habilitação vai sendo digerido com calma e se tornando uma espécie de reflexão, como a que ouvi nesse dia:
"Algumas pessoas passaram tanto tempo amadurecendo a idéia de adoção e agora querem pra ontem um filho."
Pois é... Isso faz todo o sentido.
Para quem ainda não entendeu a força que esse grupo nos dá eu posso dizer: só conhecendo para saber.
Se tiver interesse, no Facebook é só procurar por GAA Laços de Ternura.