quarta-feira, 25 de maio de 2016

25 de Maio: um dia para reflexão.

 
"Em 1996, representantes dos catorze Grupos de Apoio à Adoção então existentes no Brasil se reuniram em Rio Claro, interior de São Paulo, no I Encontro Nacional de Associações e Grupos de Apoio à Adoção, nos dias 24 e 25 de maio.
Na ocasião, os grupos elegeram o dia 25 de maio como o Dia Nacional da Adoção. Seis anos depois, em 9 de maio de 2002, a lei foi sancionada sob o nº 10.447.
Nasceu assim, oficialmente, o DIA NACIONAL DA ADOÇÃO. Desde então, a data é comemorada em todo o país pelos militantes da causa, para celebrar e refletir sobre a adoção de crianças."
 
Pois é! Antes de comemorar é preciso refletir.
No dia de hoje peço humildemente à vocês, meus amigos, que antes de julgar qualquer decisão de futuros pais adotivos, procurem medir suas palavras e pensar com mais amor na situação que está para se seguir.
Acreditem que as decisões que tomamos são muito bem pensadas e discutidas entre as partes com maior interesse. No nosso caso, eu e meu marido. Algumas delas, são estendidas as nossas famílias, visto que precisamos sim da ajuda deles para continuar caminhando com a certeza de uma decisão importante e feliz.
Mas, o que não precisamos, são conselhos desinformados. Sei que já comentei isso várias outras vezes, mas tem certos assuntos que precisam sempre ser relembrados.
Nós aguardamos uma adoção interracial sim. Acostumem-se: toda etnia tem suas lindezas.
Nós não aguardamos a adoção de um bebê. E estamos preparados para todos os desafios que isso vai nos proporcionar. E se a adoção tardia é uma loucura, o filho estará dentro de nossa casa. Não se preocupem com o dia-a-dia. Filhos são desafios. Relacionamentos interpessoais são desafios.
Nós acreditamos que o amor está além do DNA. Simples: nós nos amamos e não temos o mesmo sangue. Nosso filho também não precisa ter.
O que o mundo precisa é de entendimento. De tolerância. E de limites!
Nós sabemos que o filho que nos espera precisa de muito amor, carinho, atenção e paciência. Os biológicos também.
Nós sabemos que o NÃO também é amor. O filho que nos espera também terá os nãos que ele vai precisar, porque é melhor aprender aos poucos do que um dia não saber lidar com o NÃO que a vida vai dar.
Pedimos todos os dias a Deus que nos ilumine e nos guie para saber quais são os limites. Os mesmos que nossos pais nos deram, pois temos certeza de que foram os limites do amor.
 
Filho que nos espera,
estamos anciosos pelo momento de te conhecer!
 

 

segunda-feira, 2 de maio de 2016

Adoção tardia: um filho não precisa caber no seu colo e sim no seu coração.

30 de abril de 2016.
Em nenhum momento, estar no grupo de apoio influencia nossas decisões. Acredito apenas que abra novas visões sobre o universo da adoção. Esse encontro, tão emocionante quanto qualquer outro, nos mostrou os desafios e alegrias de uma adoção tardia.
Continuo sempre pressionando a mesma tecla de que pessoas que desconhecem os caminhos da adoção tem a triste tendência de dar uma opinião que a cada dia vemos ser menos válida: que não se deve adotar crianças "mais velhas".
Triste ver isso. São pessoas que quase gritam quando falamos que talvez, um dia se tudo der certo, pensamos em adotar uma criança entre 10 e 11 anos. É um projeto meu e do meu marido, que só diz respeito a nós e que ainda está sendo estudado. Fora os que já nos criticaram por estarmos esperando uma criança entre 2 e 5 anos.
Então, lanço a questão bem colocada aqui: só tem direito a ter uma família que os acolha os recém nascidos? Por que não uma criança com "mais idade"? Eles não tem o direito se serem filhos também?
Vivemos com a crença de que só é possível criar um verdadeiro laço de afeto caso aquela pessoinha que esperamos não tenha "vício" nenhum, de que sua personalidade não esteja formada e várias outras questões que hoje vemos serem lendas.
Pense em um outro relacionamento bem profundo em nossas vidas. Os relacionamentos afetivos. O casamento.
Você que lê isso e se vê em um relacionamento, não ama seu companheiro com toda sinceridade que existe em seu ser? Não confia? Não compartilha? Não sonha junto os mesmos sonhos de um futuro melhor a cada dia?
E agora, responda com toda sinceridade. ESSA PESSOA CHEGOU NA SUA VIDA COM QUE IDADE?
Você a adotou como parceira pra vida e aceitou suas virtudes e seus defeitos. Aprendeu a amar e se acostumou com todos seus defeitos e manias. Vocês se adotaram para o amor, para o dia-a-dia, para as batalhas, para os grandes desafios e os dois já tinham suas personalidades formadas, suas convicções, seus anseios. Não foi e nem é fácil, se estranham algumas vezes, mas estão aí dividindo seus "quilos de sal".
E digo além, qual relacionamento com filhos biológicos são fáceis? Quantas crianças vocês não encontram em shoppings e mercados fazendo birra e matando os pais de vergonha? Me diga que mãe ou pai passa ileso pelo drama da adolêscencia sem reclamar uma única vez que este período é um "grande desastre"?
A vida não é feita um mar de rosas em relacionamento algum. Uma adoção tardia tem seus desafios sim, assim como uma adoção de recém-nascido. Um filho adolescente é sim um grande drama, mas que pai abriria mão de seu filho durante esse período?
O direito de ser feliz é de todos.
Se a necessidade de embalar um bebê é grande, adote um recém-nascido sim. Não desanime desse sonho. Mas se seu coração quer o desafio de ajudar e dar uma família de amor para alguém que já chegará te chamando de papai ou mamãe, não dê ouvidos a tantas críticas. Aceite mais esse desafio que a vida lhe dá. E aceite com amor e convicção de que será capaz de fazer o melhor, porque temos certeza, o amor supera qualquer barreira.
Como dizem, fica a dica. Leiam, se informem. Adoção tardia é um ato de amor. Uma criança "mais velha" merece tanto quanto qualquer outra uma família que a faça feliz, lhe dê carinho e limites.

Campanha maravilhosa! Não deixe de assistir e entenda a adoção tardia. Duvido que não vai se emocionar.

Em dúvida sobre adotar? Achando que é o único cheio de questionamentos? Você não está sozinho.