segunda-feira, 2 de maio de 2016

Adoção tardia: um filho não precisa caber no seu colo e sim no seu coração.

30 de abril de 2016.
Em nenhum momento, estar no grupo de apoio influencia nossas decisões. Acredito apenas que abra novas visões sobre o universo da adoção. Esse encontro, tão emocionante quanto qualquer outro, nos mostrou os desafios e alegrias de uma adoção tardia.
Continuo sempre pressionando a mesma tecla de que pessoas que desconhecem os caminhos da adoção tem a triste tendência de dar uma opinião que a cada dia vemos ser menos válida: que não se deve adotar crianças "mais velhas".
Triste ver isso. São pessoas que quase gritam quando falamos que talvez, um dia se tudo der certo, pensamos em adotar uma criança entre 10 e 11 anos. É um projeto meu e do meu marido, que só diz respeito a nós e que ainda está sendo estudado. Fora os que já nos criticaram por estarmos esperando uma criança entre 2 e 5 anos.
Então, lanço a questão bem colocada aqui: só tem direito a ter uma família que os acolha os recém nascidos? Por que não uma criança com "mais idade"? Eles não tem o direito se serem filhos também?
Vivemos com a crença de que só é possível criar um verdadeiro laço de afeto caso aquela pessoinha que esperamos não tenha "vício" nenhum, de que sua personalidade não esteja formada e várias outras questões que hoje vemos serem lendas.
Pense em um outro relacionamento bem profundo em nossas vidas. Os relacionamentos afetivos. O casamento.
Você que lê isso e se vê em um relacionamento, não ama seu companheiro com toda sinceridade que existe em seu ser? Não confia? Não compartilha? Não sonha junto os mesmos sonhos de um futuro melhor a cada dia?
E agora, responda com toda sinceridade. ESSA PESSOA CHEGOU NA SUA VIDA COM QUE IDADE?
Você a adotou como parceira pra vida e aceitou suas virtudes e seus defeitos. Aprendeu a amar e se acostumou com todos seus defeitos e manias. Vocês se adotaram para o amor, para o dia-a-dia, para as batalhas, para os grandes desafios e os dois já tinham suas personalidades formadas, suas convicções, seus anseios. Não foi e nem é fácil, se estranham algumas vezes, mas estão aí dividindo seus "quilos de sal".
E digo além, qual relacionamento com filhos biológicos são fáceis? Quantas crianças vocês não encontram em shoppings e mercados fazendo birra e matando os pais de vergonha? Me diga que mãe ou pai passa ileso pelo drama da adolêscencia sem reclamar uma única vez que este período é um "grande desastre"?
A vida não é feita um mar de rosas em relacionamento algum. Uma adoção tardia tem seus desafios sim, assim como uma adoção de recém-nascido. Um filho adolescente é sim um grande drama, mas que pai abriria mão de seu filho durante esse período?
O direito de ser feliz é de todos.
Se a necessidade de embalar um bebê é grande, adote um recém-nascido sim. Não desanime desse sonho. Mas se seu coração quer o desafio de ajudar e dar uma família de amor para alguém que já chegará te chamando de papai ou mamãe, não dê ouvidos a tantas críticas. Aceite mais esse desafio que a vida lhe dá. E aceite com amor e convicção de que será capaz de fazer o melhor, porque temos certeza, o amor supera qualquer barreira.
Como dizem, fica a dica. Leiam, se informem. Adoção tardia é um ato de amor. Uma criança "mais velha" merece tanto quanto qualquer outra uma família que a faça feliz, lhe dê carinho e limites.

Campanha maravilhosa! Não deixe de assistir e entenda a adoção tardia. Duvido que não vai se emocionar.

Em dúvida sobre adotar? Achando que é o único cheio de questionamentos? Você não está sozinho.

Nenhum comentário:

Postar um comentário