segunda-feira, 18 de maio de 2015

Não custa compartilhar.



Falou que tomou a decisão de adotar e pronto: tem opinião de todo lado, gente que sabe mais, gente que conhece o fulano amigo do sicrano que...
Quanta informação desencontrada! Quase nada na humildade de entender que estamos lendo, participando, tirando dúvidas. São palestras, entrevistas, grupos de apoio, visitas a instituições muito bem direcionados para que possamos entender o tamanho dessa responsabilidade. Mas chegamos sempre na mesma velha história: quem não conhece, tira suas próprias conclusões e vai achando que isso ou aquilo é certo.
Essa é uma decisão que antes de ser tomada, foi muito bem analisada. Já é uma responsabilidade e tanto criar um filho biológico, imagina então se colocar como família substituta! Por isso, antes de começar, nós lemos e conversamos com pais que já estavam nessa jornada. E mesmo assim, continuamos cheios de dúvidas.
Neste ponto, pesquisando com muita calma na internet, encontramos no site da OAB (www.oabsp.org.br) uma cartilha muito bem elaborada que ajudou bastante. Chama-se ADOÇÃO: UM ATO DE AMOR, que em forma de perguntas e respostas vai elucidando muita coisa. O link foi postado em 2012, mas o que li acabou mostrando que as dúvidas vão ser sempre as mesmas.




O projeto da família continua. Com muita fé e esperança que no tempo certo, tudo irá acontecer.

quinta-feira, 14 de maio de 2015

Primeira palestra.

Dia 11 de maio de 2015, 13:45.

Estamos no Fórum de Santo André para o curso. Somos ainda pretendentes à adoção. Mesmo assim, tenho em mim aquele misto de ansiedade e emoção que poucas pessoas talvez entendam.
Aparentemente, umas quinze “famílias”. Achei o termo ótimo: não são casais que se encontram ali, e sim famílias.
O curso, nenhum bicho de sete cabeças, nos mostrou estatísticas, tirou dúvidas e nos fez entender vários aspectos sobre adoção que não me passavam pela cabeça, apesar de ter procurado me informar o máximo possível antes dessa tão importante decisão. Confesso que a princípio, enquanto o psicólogo falava, pensei que não tinha estrutura suficiente para continuar.
Eles nos mostraram em primeiro lugar que não estão ali para escolher um filho para nós e sim encontrar uma família que possa cuidar com muita responsabilidade de uma criança que se encontra disponível para adoção. E daí por diante, todos os dados e informações passadas nos fazem ver como esse trabalho é importante.
Diante de alguém que já sofreu um trauma, a maior preocupação é tornar todo esse processo o menos doloroso. Então percebemos que o processo de adoção no Brasil não é burocrático e nem demorado. Ele é sério e merece um respeito imenso.
O processo para receber a habilitação não pode ser mensurado. Depende da família que se dispõe a adotar. Pode levar meses, como também pode levar anos. Me coloquei a pensar na responsabilidade de entregar uma criança para uma família e ter certeza de que ela terá todas suas necessidades supridas. Uma criança que já passou por um trauma de separação. Não é tão simples quanto imaginamos. E tem também o perfil que os pretendentes a adoção entregam.
Durante o curso, quando uma pretendente fez a pergunta: “Depois de conseguir a habilitação, quanto tempo demora a fila?” a resposta foi categórica: “Se você pretende adotar  um recém nascido, do sexo feminino, de pele branca, cabelos loiros e olhos azuis, acredito que mais de dez anos de espera.”.
Sobre adoção, eu nunca imaginei isso como uma ida ao shopping onde escolho a boneca exatamente do jeito que idealizei. Estamos nos colocando à disposição para nos tornarmos responsáveis em garantir o bem estar de um filho, que não biológico, mas é um filho. Para aquele que lutaremos por uma boa educação, condições de moradia segura, saúde. Para aquele que serviremos de exemplo.
Estamos agora percorrendo o caminho de sermos merecedores de carregar conosco a força da palavra “pais”. E com muita fé em Deus de que no momento certo receberemos nossa habilitação e a honra de carregar essa responsabilidade tão preciosa conosco.




segunda-feira, 11 de maio de 2015

Coisas de Anjos...



Já comentei que passei muito tempo da minha vida revoltada com a escolha que Deus teve pra mim. Hoje tenho que pedir perdão de coração por ter agido dessa forma.

É que em minha imperfeição humana, não tinha me atentado às inúmeras mensagens que Ele me enviou no decorrer desses anos.  Me avisou tantas vezes que o tempo dEle era tão diferente do meu e eu nunca quis dar atenção.
Mas a história é mais complexa do que se pode imaginar. Então, vamos a ela.
Tenho alguns primos e gosto demais de cada um deles. Dois são especiais pela idade, pois quando todos já éramos crescidos, apareceram esses dois anjos para dar um alto astral na família. Uma menina linda parecida com uma boneca que hoje tem quatorze anos e um rapazinho muito inteligente que em breve completará treze.  Sou suspeita de dizer, mas eles são apaixonantes.

Minha mãe cuida deles desde que nasceram. É uma babá e tanto a “titia”! Ama mimar esses dois até hoje. Na verdade, ela mima todo mundo.
Um dia, há uns sete ou oito anos atrás, eu estava chateada com um dos primeiros testes negativos que tinha recebido. Dos vários que recebi, todos foram muito doloridos e me faziam questionar o motivo de não poder ter logo um filho.
Me lembro bem que aquele era um dia que eu estava mesmo muito decepcionada, quando cheguei na casa da minha mãe e vi os dois pequenos concentrados em seus desenhos. Beijei, abracei e cheirei como sempre. Sentei em uma das cadeiras vazias e disse para minha mãe:
-Mais um negativo. – com toda decepção que meu coração carregava.
Dizem que Deus conversa conosco de muitas formas, mas nem sempre compreendemos. Naquele momento, eu não entendi que Ele falava comigo através de um pequeno anjo, quando aquela bonequinha parou de desenhar, olhou fundo nos meus olhos e disse:
-Sabe por que você ainda “não tem” um filho? Porque Deus ainda não escolheu um rostinho pra ele.
Perguntei para minha tia se tinha falado algo para as crianças ou perto delas e ela respondeu que não.
Fiquei feliz, afinal eu não engravidava porque não tinha um rostinho pro meu filhinho. Mas os anos foram passando e nada dessa gravidez acontecer.
Outros anjos apareceram em nossas vidas e mandaram recados. Mas no dia certo, Deus enviou sua palavra para a pessoa certa: meu marido. Foi quando ele conheceu um futuro papai adotivo num sábado de manhã e a conversa surgiu do nada. Então tudo começou a acontecer e não no meu tempo, mas no tempo certo.
Hoje eu entendi a frase do pequeno anjo. Ela disse “você ainda não tem um filho” e não “você ainda não engravidou”, porque era preciso ter um filho no meu coração e não no meu ventre.

Sim, é preciso acreditar. Porque é a fé que move montanhas a mesma que transforma corações.

E o meu agora é um lar...

segunda-feira, 4 de maio de 2015

Ser um exemplo.

Educa-se pelo exemplo.

Eu sempre acreditei nisso. Ainda acredito.
Tenho minha mãe, que ainda me educa até hoje sendo o exemplo de pessoa que é. Tem o dom de perdoar de coração, coisa que com a vontade Deus um dia eu aprendo. Não é que não perdoo, é que demoro um certo tempo (que não é tão pouco) para aceitar a situação e realmente perdoar. Bom, nunca disse que era perfeita. Só tento ser uma pessoa melhor todos os dias e nisso eu sou boa.
E claro que tem meu marido. Super parecido com minha mãe.
Ele tem o dom de acordar de bom humor todos os dias mesmo estando extremamente cansado e de, mesmo que o dia tenha sido péssimo, ver o lado bom de tudo aquilo. Costuma me dizer que a única pessoa que tem o poder de estragar o seu dia é você mesmo e que optou por fazer de todo dia um bom dia. Sinceramente eu acho isso sensacional! Só preciso colocar mais em prática tudo isso que aprendo e fazer com que cada pequeno instante da minha vida se torne um grande momento.
Prometi pra mim mesma que vou tentar mais e que cada vez que alguém vier reclamar de algo sem sentido, vou analisar e agradecer o que tem de bom naquilo.
O que se torna preciso na vida da gente é reclamar menos. É agradecer mais. É doar mais. Só que doar de coração.
Já ouviu falar da "lei do retorno"? Sim, aquela que quanto mais você pratica o bem mais o bem vem pra você. Mas não adianta fazer esperando algo em troca. Só faça se tocar em seu coração, porque daí sua vida fica mais leve e tudo flui bem.
E quando uma pessoa negativa começar a reclamar demais do seu lado, não precisa fazer um discurso para que ela deixe de fazer isso. Apenas pense em cada ponto negativo que ela diz e tente ver se realmente é tão ruim assim. "Nossa, o trânsito tava terrível hoje!": sinal de que você teve condições de comprar um carro. "Olha o tamanho da fila do cinema!": que bom que você pode sair para se divertir. "Poxa, tinha que chover hoje?": estava precisando baixar a poeira e melhorar a qualidade do ar. "Caramba, tô moído hoje. O trabalho foi cansativo!": que bom que tem um trabalho para garantir seu sustento. "Precisava fazer tanto frio?": hora de dar uma revisada no guarda-roupas e fazer umas doações, bem lembrado!

Dei voltas e não falei nada? Claro que não!

Tem muitos papais e mamães que conhecem a receita do que estou falando. Quando você faz o melhor, seu filho vê isso e aprende que fazer o bem é uma coisa ótima. Que sorrir torna o dia mais bonito.
E nós decidimos que vamos ensinar ao nosso filho que ele pode fazer com que todo dia seja UM DIA FELIZ!