quinta-feira, 14 de maio de 2015

Primeira palestra.

Dia 11 de maio de 2015, 13:45.

Estamos no Fórum de Santo André para o curso. Somos ainda pretendentes à adoção. Mesmo assim, tenho em mim aquele misto de ansiedade e emoção que poucas pessoas talvez entendam.
Aparentemente, umas quinze “famílias”. Achei o termo ótimo: não são casais que se encontram ali, e sim famílias.
O curso, nenhum bicho de sete cabeças, nos mostrou estatísticas, tirou dúvidas e nos fez entender vários aspectos sobre adoção que não me passavam pela cabeça, apesar de ter procurado me informar o máximo possível antes dessa tão importante decisão. Confesso que a princípio, enquanto o psicólogo falava, pensei que não tinha estrutura suficiente para continuar.
Eles nos mostraram em primeiro lugar que não estão ali para escolher um filho para nós e sim encontrar uma família que possa cuidar com muita responsabilidade de uma criança que se encontra disponível para adoção. E daí por diante, todos os dados e informações passadas nos fazem ver como esse trabalho é importante.
Diante de alguém que já sofreu um trauma, a maior preocupação é tornar todo esse processo o menos doloroso. Então percebemos que o processo de adoção no Brasil não é burocrático e nem demorado. Ele é sério e merece um respeito imenso.
O processo para receber a habilitação não pode ser mensurado. Depende da família que se dispõe a adotar. Pode levar meses, como também pode levar anos. Me coloquei a pensar na responsabilidade de entregar uma criança para uma família e ter certeza de que ela terá todas suas necessidades supridas. Uma criança que já passou por um trauma de separação. Não é tão simples quanto imaginamos. E tem também o perfil que os pretendentes a adoção entregam.
Durante o curso, quando uma pretendente fez a pergunta: “Depois de conseguir a habilitação, quanto tempo demora a fila?” a resposta foi categórica: “Se você pretende adotar  um recém nascido, do sexo feminino, de pele branca, cabelos loiros e olhos azuis, acredito que mais de dez anos de espera.”.
Sobre adoção, eu nunca imaginei isso como uma ida ao shopping onde escolho a boneca exatamente do jeito que idealizei. Estamos nos colocando à disposição para nos tornarmos responsáveis em garantir o bem estar de um filho, que não biológico, mas é um filho. Para aquele que lutaremos por uma boa educação, condições de moradia segura, saúde. Para aquele que serviremos de exemplo.
Estamos agora percorrendo o caminho de sermos merecedores de carregar conosco a força da palavra “pais”. E com muita fé em Deus de que no momento certo receberemos nossa habilitação e a honra de carregar essa responsabilidade tão preciosa conosco.




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