quinta-feira, 23 de abril de 2015

Uma visita especial...

Hoje, no trabalho, recebemos uma visita muito especial. Uma das meninas (porque pra mim não importa a idade, seremos sempre "meninas") que trabalhou conosco e que estava na espera de seu anjo resolveu aparecer aqui para iluminar nosso dia.
Isso mesmo! Estavam na espera há uns quatro anos, acredito eu, e sua filhinha está com esse lindo casal agora. Eles são pais adotivos.
Eu, a cada dia, sinto mais prazer em dizer isso. Em dizer que conheço pais assim e que os admiro muito. São eles as inspirações que temos para querer construir nossa família.
A bebê é linda. Uma boneca cheia de charme que foi em alguns colos sem ao menos se incomodar, mexendo as mãozinhas lindas como se fizesse pose para deixar a plateia babando mais e mais. E os pais, um espetáculo à parte com as experiência contadas, sempre pontuadas por sorrisos e uma felicidade contagiante.
E pra quem tentar negar, eu digo que é impossível. A obra de Deus é perfeita.
Tenho que admitir que fiquei com lágrimas nos olhos quando pude segurar aquela linda princesa em meus braços por alguns minutos enquanto pensava: "Em breve essa felicidade vai ser da minha família também." e enquanto fazia uma oração agradecendo à Deus por mostrar que não existe uma única batalha que não possa ser vencida se nos colocarmos fortalecidos pelo amor.
E quanto mais agradeço, mais sinto que a vida é perfeita, que as pessoas que amo são protegidas, que os amigos que tenho são os necessários, que a família é o alicerce e que Deus está no comando de tudo.
Que tudo continue dando certo para esse casal e sua filha linda, para mim e meu amado marido no caminho que começamos a percorrer agora, para quem já está nele, para quem um dia vai trilhar. Para toda e qualquer família que acredita no amor e no respeito.

"-O que quer dizer ser adotado? - perguntou uma criança a outra.
-Significa que você cresceu no coração da sua mãe em vez de crescer na barriga dela."




quarta-feira, 22 de abril de 2015

O que estão fazendo com nossas crianças...


Enquanto alguns de nós trabalham de forma a garantir para que as crianças usufruam de seu direito de “ser criança” e mantenha sua inocência diante do avanço de uma sociedade dura e insensível, outros acham mais que interessante expor seus filhos ao absurdo.
Em nenhum momento vou colocar minha opinião sobre um movimento ou outro. Não é isso que vem ao caso. Mas essas últimas semanas me trouxeram notícias assustadoras sobre uma “MC” mirim. Procurei alguns vídeos e tópicos, algumas discussões e tirei minha própria conclusão do que era inevitável.
Já faz tempo que venho falando sobre a banalização e erotização da figura feminina. Isso é algo que vende. Isso me irrita, é algo ruim, mas não tenho como mudar. Afinal, todas as vezes que tentei militar a favor de um comportamento diferente do comum, fui taxada de “retrógrada”. Sim, acredito que a mulher precisava de um comportamento diferente daquele que a televisão vendia desde a época das Chacretes: mulheres com poucas roupas exibindo seus corpos e fazendo caras e bocas sensuais na TV. Isso vende!
O tempo passou, as roupas continuaram diminutas, as músicas aos poucos foram ficando mais explícitas no apelo sexual e as coreografias acompanharam. Então chegamos na explosão da total liberdade de expressão. E então, sou golpeada com o vídeo de uma menina de oito anos no meio de um baile, rebolando para um bando de marmanjos. O pai usa redes sociais pra dizer que sua filha faz porque quer, porque gosta e tem talento. Quase infartei: uma menina, corpo de criança, ajoelhada de quarto e rebolando para um bando de maníacos que a chamavam de “delicinha”. EM QUE MUNDO ESTAMOS VIVENDO?
E se algum pai estiver lendo esse post, eu pergunto: como uma criatura que coloca um anjo de apenas oito anos como objeto sexual pode ser chamado de pai?
Senhoras e senhores, é nosso dever cuidar, proteger, zelar pela integridade de nossas crianças. É nosso dever manter sua inocência, seu bem estar.
A vida é dura. A vida é cruel. Somos nós os guerreiros para defende-las e os mestres que mostrarão o melhor caminho a seguir.
Infelizmente o mundo está repleto de pessoas com más intenções. E sempre terá alguém para dizer que isso não é exploração, que isso é normal, é arte. Que arte absurda é essa em que você expõe uma criança que deveria estar no conforto de seu lar no meio de um “baile” com bebidas, drogas e apelo sexual?

Quero ser mãe. Quero que meus filhos vivam num mundo melhor, que acreditem em contos de fadas até quando seus corações permitirem, que sejam crianças e brinquem até que sua inocência permita, que estudem e durmam bem, que possam comer bem e só precisem trabalhar quando a idade pedir que façam estágio na carreira que escolherem.
Mas que antes disso, sejam crianças em toda complexa simplicidade de sua existência. E que pais responsáveis os protejam de todo e qualquer perigo enquanto a força desse amor sem limites permitir.

Que nossas crianças sejam apenas crianças.


sexta-feira, 17 de abril de 2015

Preconceito existe sim. E está aí.



Em 2015 foi quando nos sentimos realmente preparados para sermos pais adotivos. É uma responsabilidade imensa, por isso é uma decisão que precisa ser muito bem pensada.
Eu sempre tive essa vontade. Dizia para mim mesma que mesmo que tivesse um filho biológico, um dia ainda teria o prazer de adotar também. E foi justamente em uma dessas conversas que descobri como as pessoas tem preconceito.

Ainda estava passando pelo processo de tentar engravidar quando conversava com uma conhecida. Ela, após alguns anos de casada e evitando filhos, estava agora pronta pa
ra tentar também. Já estava no segundo (!) mês de tentativa e nada, enquanto eu já tinha passado dos dois anos tentando, e isso estava deixando ela desesperada a ponto de pensar em procurar um especialista em reprodução humana.
Foi a primeira vez em que resolvi comentar com alguém minha ideia:
-Eu penso que se não conseguir engravidar, vou adotar. Na verdade, mesmo se engravidar, um dia ainda serei mãe adotiva.
-Mas uma criança adotada não é a mesma coisa. Um filho adotivo não é igual a um filho biológico, que veio de dentro de você, que tem seu sangue.
A espontaneidade dessa resposta foi igual ao da minha decepção. Mudei de assunto. Não adianta discutir com um tolo. Você irá se rebaixar ao nível de tolice dele.
Tudo bem que ninguém é obrigado a aceitar nossas decisões. Mas no mínimo respeito a gente merece. E não me venha com esse papo de “os outros fazem e você é obrigado a cuidar? Tô fora!”, pois o que estamos fazendo nada mais é do que esperar o nosso filho.
No fim da história, ela engravidou e eu não. E ainda assim agradeço muito a Deus por isso. Porque eu acredito que Ele tem um propósito especial para cada um de nós. Ela jamais entenderá a imensa felicidade que se apodera de mim ao saber que estamos no caminho para realizar esse grande sonho.


E sabe de uma coisa? Todo mundo que passa em nossa vida ensina alguma coisa. Com ela eu aprendi uma bem simples: QUEM NADA ME ACRESCENTA NÃO ME FAZ FALTA.

quinta-feira, 16 de abril de 2015

A família comemora.

Com certeza eu não esperava tudo isso.

Mas contar para a família e os amigos nossa decisão, foi uma comemoração só. Eu que ainda fiquei pensando "Mas a gente mal começou!", não pude acreditar no quanto isso está mexendo com a gente.
Para cada um que contamos, ganhamos em troca imensos sorrisos e felicitações. Tem sido algo que traz felicidade todos os dias.
As futuras vovós fazem planos e os vovôs brincam com as situações. Nos enchem de perguntas que ainda não sabemos responder direito e já sentem o quanto vão amar o futuro neto. Os amigos nos enchem de dicas e brincam: "Vocês vão ver! Vão passar por tudo isso!". Mal esperamos a hora de passar por tudo isso. Rs...

No fundo, eu nunca acreditei que seria possível amar alguém que não conhecemos ainda. Mas dentro do meu peito, cresce um amor que não sei mensurar. Só sei dizer que o brilho em nossos olhares mudou, ficou mais intenso.
E isso serviu também para me mostrar algo muito importante. Quando achei que o amor que sentia por meu marido tinha chegado no limite dele... O AMOR AUMENTOU! Parece até difícil de acreditar, mas não é impossível. Que nosso filho aprenda a ser bom, justo e honesto como ele. E que esses amores que trago dentro de mim não deixem de crescer nunca.


Não deu tempo de contar para todo mundo ainda... Mas aos poucos, a notícia vai se espalhando.
Vamos lidar com euforia, mas também sei que vamos lidar com pessoas que não entenderão nossa escolha.
Tudo bem. Os que realmente importam já nos deram as mãos.

quarta-feira, 15 de abril de 2015

Providenciando documentos.



Os primeiros passos parecem tão difíceis. A gente fica com tanto medo de nada dar certo, mas quando começamos a reunir tudo, vemos que não é tão difícil assim.
A primeira visita ao Fórum de Santo André, onde se encontra a Vara da Infância e Juventude, nos levou até um senhor muito educado que explicou a lista de documentos a serem providenciados:

  1. Cópia simples do RG e CPF (frente e verso).
  2. Cópia da certidão de nascimento (caso solteiro).
  3. Cópia autenticada da certidão de casamento.
  4. Atestado civil e antecedentes criminais (que pode ser retirado dentro do próprio fórum mesmo).
  5. Comprovante de residência.
  6. Comprovante de rendimento.
  7. Atestado de sanidade física e mental (carimbo com nome e CRM do médico).
  8. Fotos da residência (interna e externa) e do casal.
  9. Formulário (que recebe junto com a lista de documentos) preenchido.
Depois de reunidos os documentos, voltar na Vara da Infância e Juventude para entrega. No caso do casal, os dois devem estar presentes para assinar o requerimento.
O Fórum de Santo André é aberto ao público a partir das 12:30.

Como na Internet você encontra tudo de bom e tudo de ruim ao mesmo tempo, comecei a pesquisar a experiência de outras pessoas nesse processo.
Quando li sobre o atestado de sanidade física e mental,  quase entrei em pânico. Dois casos que li diziam que tinham gasto quase mil reais cada para conseguir o atestado.
Graças a Deus e a bons médicos, com exames de sangue e eletrocardiograma recentes, fomos ao clínico que nos acompanha de longa data. Depois de uma longa conversa e análise, ele viu que nosso acompanhamento continua bem e providenciou os atestados.
Antigamente eu não dava importância ao "médico da família". Hoje tenho certeza do quanto um acompanhamento como esse se faz necessário.
Após a entrega dos documentos, vamos esperar para tentar a primeira entrevista (ou curso, como nos disseram) no dia 11 de maio.
Tudo indo no caminho certo!

Quem diria...

É, a vida nunca foi fácil pra ninguém. Mas também se fosse, que graça teria?

Encontrar a pessoa perfeita foi impossível. Mas encontrar a dos meus sonhos, não. Casar foi um conto de fadas. E o depois do "felizes para sempre" teve seus momentos difíceis. Porém, quando analiso o saldo de tudo, vejo que tive muito mais ganhos do que perdas.
É complicado falar do que vai acontecer daqui para frente sem antes falar do que já passamos. Então, vamos lá...

Completamos dez anos de casados agora em 2015. Nesse tempo, foram inúmeras tentativas para conseguir realizar o sonho de ter filhos que não renderam em nada. Para mim,  todo tratamento foi cansativo e dolorido. Mas esse dolorido foi na alma. Eu, por sorte, sempre tive ao meu lado o marido que me apoiou, cuidou, ouviu, respeitou e até carregou quando foi necessário. Meu porto seguro a cada negativo que recebia, minha força quando o desespero me tomava ao ver mais uma futura mamãe e eu ficando para trás, minha razão diante de cada desespero, meu alívio diante de toda decepção. E minha fé renovada quando eu questionava a vontade de Deus.
De um lado, meu marido me dizendo para entender o tempo de Deus. De outro, minha mãe me fazendo entender que o dia em que eu parasse de perguntar "Por que, Deus?" e dissesse "Eu aceito o que o Senhor tem guardado para mim." todas as coisas se acertariam.
Acredito que agora dê para perceber o quanto demorei para entender isso. Mas o dia que entendi, me senti mais madura e segura para aceitar tudo o que viesse pela frente.
E este ano, recebi um grande presente quando meu marido chegou e disse com um brilho maravilhoso no olhar: "VAMOS ADOTAR!".
Talvez tenha sido a mesma sensação de um teste de gravidez positivo. A vida se encheu de alegria e senti que agora sim, tinha realmente chegado o tempo. Esse era o momento certo.
QUEM DIRIA! Vamos ter um filho. Ensinar para uma criança nossos valores de amor, respeito e honestidade. Vamos mostrar a esse anjo o valor de ajudar ao próximo. Vamos deixar para nosso filho como herança todas as coisas boas que acreditamos e praticamos.
Por mais que eu agradeça, ainda acho que não será o suficiente.

Estamos ainda nos primeiros passos, providenciando documentos e atestados, mas a felicidade é imensa. Conscientes de que é um processo demorado, mas confiantes nesse propósito: SEREMOS UM FAMÍLIA FELIZ. Mais!!!