Mais uma etapa concluída em 11 de junho de 2015. Passamos pela primeira entrevista
psicossocial. E eu que achava que era um monstro e que algo ia dar errado
(porque eu tenho a tendência de ser pessimista com determinadas situações),
acabei tendo junto com meu marido uma das experiências mais interessantes desse
processo: conhecer duas profissionais que nos passaram muita confiança e
conforto.
A primeira parte da entrevista foi com a psicóloga. Meu marido
entrou primeiro e eu entrei em pânico. Claro, paranoia pura, sem razão. E acho
que depois de um século que coube em aproximadamente quinze minutos, eu fui
chamada. A sala era pequena e delicada. A psicóloga se apresentou e começou a
fazer inúmeras perguntas até chegar a mais perturbadora de todas: “Por que você
quer adotar?”.
Eu já esperava por isso e tinha elaborado em minha mente mil
respostas dignas de tese. Palavras sábias e bem articuladas, colocadas com boa
pontuação. Eu ia dar a resposta perfeita quando abri a boca e saiu:
-Porque quero ser mãe.
Como assim? E tudo o que eu tinha ensaiado no último mês? Toda
aquela história de ajudar o meu filho a construir um mundo melhor? Que decepção.
O que ela vai pensar de mim?
-Ótimo. Era essa a resposta que eu esperava ouvir.
Certo. Naquele momento que esperei tanto e que estava me
assustando a melhor saída era ser eu mesma e ser acima de tudo sincera. Não existe
outro motivo que me leve a participar do processo de adoção senão o de ser mãe.
Eu sei que nasci para isso, porque sinto dentro de mim um amor que não consigo
explicar.
Depois, a psicóloga conversou com nós dois juntos. E foi perfeito.
Tiramos muitas dúvidas, fomos muito bem orientados e com certeza, saí daquela
sala com o coração muito mais leve.
Logo em seguida, fomos para a sala da assistente social. Algumas
perguntas iguais, outras diferentes. Reafirmação de algumas orientações,
orientações novas. E nada do que li ou pesquisei sobre isso realmente me
preparou para aquele momento. A maior segurança era o sorriso que meu marido
trazia no rosto.
Foi ótimo. De coração.
Agora, vamos esperar seis meses para uma nova entrevista. Enquanto
isso, vamos continuar pesquisando, lendo e começar a participar de um grupo de
apoio. Essa é uma orientação muito importante e que vai nos ajudar com
experiências de outras famílias que estão passando ou já passaram por todo o
processo.
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