segunda-feira, 29 de junho de 2015

Participando do Grupo de Apoio a Adoção

Sábado de manhã. Vamos acordar cedo e participar de um encontro do Grupo de Apoio a Adoção Laços de Ternura. Céu azul, sol alto e um frio convidativo: dormir um pouco mais. Não vou mentir, tivemos essa vontade sim.
Mas, não por obrigação e sim por vontade, fomos curiosos participar do nosso primeiro encontro com o grupo.
Grupo grande e bonito de se ver: não habilitados, habilitados e na fila, já com seus filhos. Todos reunidos trocando experiências e alimentando esperanças. Tiramos dúvidas, pegamos emprestado um livro, ouvimos opiniões e saímos de lá com a certeza de ter apoio em tantas dúvidas que podem surgir nesse longo caminho a percorrer.
E não dá pra deixar de lado o fato de comentar a experiência que tivemos ao ouvir o depoimento de uma garota de 17 anos moradora de uma instituição com seus três irmãos mais novos. Diferente de tudo o que já imaginei na minha vida, conhecemos uma jovem sem revolta, batalhadora, sonhadora, dona de uma desenvoltura espetacular e de um sorriso confiante.
Sendo auxiliada pela equipe da instituição e através do CLASA (Casa Lions de Adolescente de Santo André - clasa.org.br), está trabalhando além de também estudar. Em setembro desse ano, irá completar 18 anos e precisará deixar a casa. Para isso, vem sendo bem auxiliada e instruída. Disse que seu sonho é ter a própria casa e ir morar junto com seus irmãos mais novos e cuidar deles, afinal "eles são tudo o que tenho na vida". E conforme vai contando sobre sua vida na casa, sobre o que espera do futuro, mantém em seus lábios um dos sorrisos mais maravilhosos que já vimos.
E então, muitos com lágrimas nos olhos como nós, devem ter percebido o mesmo. Essa linda e forte jovem em nenhum momento se faz de vítima, culpa a sociedade ou os governantes. Pelo contrário, se veste de uma esperança iluminada e diz para o mundo ouvir e entender:

"Eu vou estudar. Vou fazer faculdade de Serviço Social e vou ser assistente social e quero ser advogada também. Quero ajudar outras pessoas. Quero mudar o mundo. EU VOU MUDAR O MUNDO."

Qualquer coisa que for dita depois disso, não terá a menor importância. Quem esteve lá e participou, sabe do que estou falando. Muitas crianças e adolescentes que estão nas casas de acolhimentos não precisam de pena. Precisam apenas de amor, carinho e de bronca.

"Eu gosto de levar bronca. Quando eu levo uma bronca eu sei que é porque a pessoa se importa comigo." - Jéssica, 17 anos.

Pra quem acha que grupos de apoio são chatos, podemos dizer com certeza que são uma experiência ótima que dará força. Mais uma vez vimos que não estamos sozinhos nessa caminhada.



Nenhum comentário:

Postar um comentário